Cientistas defendem que a estabilidade característica do período Holoceno (os últimos 10 mil anos), que permitiu o desenvolvimento da humanidade, depende de vários sistemas interconectados. São as "fronteiras planetárias", segundo definição de Johan Rockström, do Stockholm Resilience Centre, na Suécia. Rockström e colegas estabeleceram nove "fronteiras" de atuação humana: perda de biodiversidade, lançamento de aerossol na atmosfera, poluição química, mudança climática, acidificação dos oceanos, redução da camada de ozônio, ciclos do nitrogênio e do fósforo, consumo global de água e mudança no uso do solo. Para seis delas, os cientistas sugerem limites de intervenção e concluem que, em três dessas fronteiras, nós já ultrapassamos os limites: perda de biodiversidade, ciclo do nitrogênio e mudança climática - OESP, 31/8, Caderno Especial, p.H4.
Paisagem, ambiente, desenvolvimento metropolitano e impactos ambientais, riscos, soluções, estudos e tecnologias.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Superadobe ou terra ensacada
A história da criação dessa técnica de bioconstrução remete ao arquiteto iraniano Nader Khalili (1936-2008), que desenvolveu o superadobe como opção para construções na Lua ou em Marte, utilizando-se apenas de solo local e sacos de plástico. Estranho? Um tanto, mas sabe que a Nasa publicou seus estudos e que a técnica de Khalili virou uma espécie de alternativa para o planejamento e desenvolvimento de casas para sem-teto pelas Nações Unidas? Pois é, e a coisa não para por aí.
Vale muito a pena visitar o site do Cal-Earth e conhecer mais detalhes sobre o superadobe. Aqui no Brasil já tem muita gente testando a técnica, especialmente os grupos de permacultura e bioconstrução. Há até uma versão tupiniquim, que utiliza sacos de cebola ou batatas, opção que reduz custos e simplifica ainda mais o processo de construção.
É verdade que o jeitão da arquitetura em superadobe pode soar estranha para muitos de nós. Originalmente, as casas construídas em superadobe eram circulares, com abóbadas que possibilitavam a construção da casa inteira com um único material e técnica. Se imaginarmos a dificuldade de levar materiais para a lua, por exemplo, fica mais fácil conceber a ideia. Bastaria incluir na nave espacial uma grande bobina de saco plástico e, na Lua, preencher sacos e mais sacos com solo do nosso satélite natural. Ficou mais simples?
Bom, outra vantagem é a possibilidade de construções baratas e ecológicas para reduzir o déficit habitacional na Terra. E é aí que entram as inovações feitas a partir da ideia original: é possível construir casas, digamos, mais convencionais, em formato quadrado ou retangular, por exemplo. Os sacos podem ser queimados com maçarico para aceitar revestimento de terra e pintura natural, deixando a obra com um acabamento mais “normal” – para quem gosta de uma arquitetura mais discreta...
O fato é que a novidade (para nós, porque em muitos lugares ela já é usada há tempos) vem ao encontro de muitas necessidades do nosso século: dar conta de tirar das ruas ou de moradias insalubres milhões de pessoas, reduzir o custo socioambiental da construção civil e oferecer alternativas de construção que cabem em processos de mutirões organizados por comunidades, gerando autonomia para populações em situação de risco. Quer mais?
Ok, vamos lá: construir com terra gera habitações saudáveis, que não expõem os moradores a produtos químicos tóxicos que agem devagar e continuamente, causando doenças como dores de cabeça, problemas respiratórios e até câncer. Há muitos estudos que tratam dos danos provocados pelo aumento da diversidade de materiais industrializados que colocamos, cada vez mais, em nossas casas. Casas de terra respiram, trocam ar com o ambiente externo, são termicamente confortáveis e muito duráveis e seguras também.
É claro, temos uma montanha de preconceitos para transpor até que consigamos realmente enxergar a técnica como viável ou minimamente pensável. Mas se aceitamos incluir produtos tão pouco testados em nossas vidas (alimentos, produtos químicos, cosméticos, ondas eletromagnéticas e tudo mais), por que abrir mão de algo tão inofensivo e interessante? Faço um convite a todos para que procurem se informar e ajudem a divulgar essa técnica. Acredito no mix entre soluções high tech e ideias muito simples para compor a lista de boas práticas que farão diferença no nosso século. Que tal, vamos nessa?
Vale muito a pena visitar o site do Cal-Earth e conhecer mais detalhes sobre o superadobe. Aqui no Brasil já tem muita gente testando a técnica, especialmente os grupos de permacultura e bioconstrução. Há até uma versão tupiniquim, que utiliza sacos de cebola ou batatas, opção que reduz custos e simplifica ainda mais o processo de construção.
É verdade que o jeitão da arquitetura em superadobe pode soar estranha para muitos de nós. Originalmente, as casas construídas em superadobe eram circulares, com abóbadas que possibilitavam a construção da casa inteira com um único material e técnica. Se imaginarmos a dificuldade de levar materiais para a lua, por exemplo, fica mais fácil conceber a ideia. Bastaria incluir na nave espacial uma grande bobina de saco plástico e, na Lua, preencher sacos e mais sacos com solo do nosso satélite natural. Ficou mais simples?
Bom, outra vantagem é a possibilidade de construções baratas e ecológicas para reduzir o déficit habitacional na Terra. E é aí que entram as inovações feitas a partir da ideia original: é possível construir casas, digamos, mais convencionais, em formato quadrado ou retangular, por exemplo. Os sacos podem ser queimados com maçarico para aceitar revestimento de terra e pintura natural, deixando a obra com um acabamento mais “normal” – para quem gosta de uma arquitetura mais discreta...
O fato é que a novidade (para nós, porque em muitos lugares ela já é usada há tempos) vem ao encontro de muitas necessidades do nosso século: dar conta de tirar das ruas ou de moradias insalubres milhões de pessoas, reduzir o custo socioambiental da construção civil e oferecer alternativas de construção que cabem em processos de mutirões organizados por comunidades, gerando autonomia para populações em situação de risco. Quer mais?
Ok, vamos lá: construir com terra gera habitações saudáveis, que não expõem os moradores a produtos químicos tóxicos que agem devagar e continuamente, causando doenças como dores de cabeça, problemas respiratórios e até câncer. Há muitos estudos que tratam dos danos provocados pelo aumento da diversidade de materiais industrializados que colocamos, cada vez mais, em nossas casas. Casas de terra respiram, trocam ar com o ambiente externo, são termicamente confortáveis e muito duráveis e seguras também.
É claro, temos uma montanha de preconceitos para transpor até que consigamos realmente enxergar a técnica como viável ou minimamente pensável. Mas se aceitamos incluir produtos tão pouco testados em nossas vidas (alimentos, produtos químicos, cosméticos, ondas eletromagnéticas e tudo mais), por que abrir mão de algo tão inofensivo e interessante? Faço um convite a todos para que procurem se informar e ajudem a divulgar essa técnica. Acredito no mix entre soluções high tech e ideias muito simples para compor a lista de boas práticas que farão diferença no nosso século. Que tal, vamos nessa?
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Cimento "transparente" deixa luz do sol entrar em prédios
Entrada de luz solar diminui consumo de energia elétrica nos edifícios sem prejudicar estrutura
por Redação Galileu
Uma empresa de arquitetura da Itália desenvolveu um "cimento transparente" que permite que a luz solar penetre nos ambientes, transformando as paredes em janelas gigantes.
Entrada de luz solar diminui uso de energia elétrica nos edifícios
O material foi batizado de i.light e tem centenas de orifícios minúsculos que permitem a entrada da luz sem comprometer a integridade da estrutura do edifício. Se observados de perto, é possível ver os pequenos burcacos de 2 ou 3 milímetros, mas quem olha de longe tem a impressão que a parede é transparente.
A tecnologia já foi testada em um edifício, o pavilhão italiano da World Expo em Xangai, no ano passado. Segundo a Italcementi, empresa que desenvolveu o produto, o uso do cimento perfurado pode economizar a mesma quantidade de energia que é economizada durante o horário de verão na Europa.
Cimento transparente permite que luz "atravesse" a parede
No pavilhão italiano da World Expo, 40% da parede de 18 metros de altura foi composta pelo "cimento transparente". O produto já foi patenteado pela empresa italiana, que afirma não ter planos de exportar a inovação para outras partes do mundo a curto prazo.
A caminho do retrocesso?
"Entraves, especialmente no âmbito jurídico, ameaçam romper a conquista de um marco regulatório numa área especialmente sensível - o saneamento básico. Um perigoso retrocesso se insinua. No Paraná, uma emenda à Constituição estadual determina que o saneamento fique a cargo exclusivamente de empresas estatais ou de capital misto, a despeito da comprovada dificuldade de investimento do setor público em garantir, sozinho, a universalização dos serviços. O Rio Grande do Sul segue pelo mesmo caminho, com uma proposta de emenda à Constituição semelhante à do Paraná, atualmente em discussão na Assembleia Legislativa. As propostas vêm acompanhadas por um discurso que usa uma suposta proteção contra a 'privatização da água', argumentando que o saneamento básico não pode ser tratado como 'mercadoria'", artigo de Paulo Godoy - OESP, 30/8, Espaço Aberto, p.A2.
Madeiras apodrecem em assentamento
Milhares de metros cúbicos de madeira avaliados em R$ 10 milhões apodrecem nos lotes ou são consumidos pelo fogo no assentamento Zumbi dos Palmares, em Iaras (SP). Com as áreas cobertas de tocos e árvores mortas, os assentados não podem plantar nem usar a madeira. Segundo a superintendência do Incra em São Paulo, falta orçamento para leiloar a madeira. A floresta de pinus custou R$ 13 milhões aos cofres da União e deveria reverter em recursos para os assentados. A infraestrutura nos lotes não foi feita e eles procuraram o Ministério Público Federal, que embargou o corte das árvores restantes, mas autorizou o leilão das toras derrubadas. O assentado que retirar madeira perde o lote. As famílias assentadas estão há três anos sem água, energia elétrica e recursos para tornar os lotes produtivos - OESP, 30/8, Nacional, p.A10.
Plástico 'verde' ganha mercado e atrai mais investimentos
Produto que usa o etanol como matéria-prima, no lugar do petróleo, cresce em importância com o aumento da demanda. A migração do combustível fóssil para fonte renovável ganhou novo status no Brasil menos de um ano após o início das operações da primeira fábrica local de resina fabricada a partir do etanol. O produto, impulsionado pela demanda de embalagens alimentícias e de itens de higiene e beleza e pelo forte apelo mundial por sustentabilidade deu origem a um novo mercado, cujo protagonismo tende a ser brasileiro - OESP, 30/8, Negócios, p.B12.
Acordo permitirá que mineradora canadense faça inventário em terras indígenas do AM
A Secretaria Estadual dos Povos Indígenas assinou nesta segunda-feira (29) com a empresa mineradora canadense Cosigo Resources um acordo para realização de um inventário das potencialidades de mineração na região de São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, e na calha do Japurá, no Amazonas. O "Projeto de Extrativismo Mineral no Estado do Amazonas" vai abranger as terras indígenas das regiões dos rios Içana e Tiquié, Alto Rio Negro, e Apaporis, no rio Japurá. De acordo com o documento, as partes se comprometem em constituir, junto às comunidades indígenas, organizações e lideranças, a "Anuência Prévia e Consentimento Esclarecido" para realização de inventário das potencialidades por perfuração e viabilidades econômicas das terras para, posteriormente, submeter à aprovação e licenciamento do projeto junto aos órgãos competentes - A Crítica, 29/8.
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