A Foz do Rio Preguiças / MA - Foto de Carla Todesco em julho/10

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Entre Rios

Entre Rios conta de modo rápido a história de São Paulo e como essa está totalmente ligada com seus rios. Muitas vezes no dia-a-dia frenético de quem vive São Paulo eles passam desapercebidos e só se mostram quando chove e a cidade pára. Mas não sinta vergonha se você não sabe onde encontram esses rios! Não é sua culpa! Alguns foram escondidos de nossa vista e outros vemos só de passagem, mas quando o transito pára nas marginais podemos apreciar seu fedor. É triste mas a cidade está viva e ainda pode mudar!

O video foi realizado em 2009 como trabalho de conclusão de Caio Silva Ferraz, Luana de Abreu e Joana Scarpelini no curso em Bacharelado em Audiovisual no SENAC-SP, mas contou com a colaboração de várias pessoas que temos muito a agradecer.

Direção:
Caio Silva Ferraz

Produção:
Joana Scarpelini

Edição:
Luana de Abreu

Animações:
Lucas Barreto
Peter Pires Kogl
Heitor Missias
Luis Augusto Corrêa
Gabriel Manussakis
Heloísa Kato
Luana Abreu

Camera:
Paulo Plá
Robert Nakabayashi
Tomas Viana
Gabriel Correia
Danilo Mantovani
Marcos Bruvic

Trilha Sonora:
Aécio de Souza
Mauricio de Oliveira
Luiz Romero Lacerda

Locução:
Caio Silva Ferraz

Edição de Som:
Aécio de Souza

Orientadores:
Nanci Barbosa
Flavio Brito

Orientador de Pesquisa:
Helena Werneck

Entrevistados:
Alexandre Delijaicov
Antônio Cláudio Moreira Lima e Moreira
Nestor Goulart Reis Filho
Odette Seabra
Marco Antonio Sávio
Mario Thadeu Leme de Barros
José Soares da Silva

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Enchentes - Como reter as águas de chuva em reservatórios domésticos e empresariais.

Álvaro Rodrigues dos Santos

como citar

RODRIGUES DOS SANTOS, Álvaro. Enchentes. Como reter as águas de chuva em reservatórios domésticos e empresariais. Drops, São Paulo, 12.050, Vitruvius, nov 2011 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/12.050/4120>.

Contradições de um Rio sustentável

Gisela Verri de Santana

O artigo aponta as contradições dos serviços de macrodrenagem no Rio de Janeiro, utilizando a infraestrutura cinza, ao invés de utilizar tecnologias ambientalmente mais sustentáveis, citadas no Plano Diretor e no Legado ambiental Olímpico.

como citar
VERRI DE SANTANA, Gisela. Contradições de um Rio sustentável. Minha Cidade, São Paulo, 12.136, Vitruvius, nov 2011 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/12.136/4118>.

Vazamento de esgoto, setembro 2011
Foto Gisea Santana

Lagoa de Jacarepaguá, agosto 2011
Foto Gisela Santana
Corte de vegetação, setembro 2011
Foto Gisela Santana
Vazamento de esgoto, setembro 2011
Foto Gisela Santana
O Rio de Janeiro, conforme prescrito no novo Plano Diretor da Cidade, promulgado no início deste ano, desde sua ementa e em várias partes de seu conteúdo, se apresenta como o “Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município do Rio de Janeiro”, por meio do cumprimento da Lei Complementar 111/2011.
Além deste instrumento legal, as Olimpíadas vêm sendo utilizada como mote para os prováveis legados urbanos e ambientais para a cidade, conforme seu Plano de Legado, principalmente no que concerne à despoluição das bacias hidrográficas de Jacarepaguá.
Diante desse discurso, causaram estranheza os serviços que estão sendo realizados no rio Sangrador na Freguesia em Jacarepaguá, onde nos primeiros dias de setembro sua vegetação ciliar foi totalmente removida para viabilizar seu alargamento e canalização.
A maior surpresa foi constatar que as obras eram da própria Prefeitura, indicando que são decorrentes dos serviços de macrodrenagem que estão sendo realizados na região, anunciados como legado ambiental.
O Presidente da Associação de Moradores da Freguesia, também foi surpreendido com a derrubada da bela vegetação da margem, que dava um ar bucólico ao rio para os passantes da Passarela de Jacarepaguá.
Os indícios da presença de pré-moldados, as marcas da draga e as marcações de nível, apontam para o triste destino: a sua canalização e retificação! Para tornar-se um novo esgoto a céu aberto? Esperamos que não! Infelizmente esse prognóstico não é impossível, já que as obras não modificam hábitos populares, principalmente se considerarmos a ausência de políticas voltadas à educação ambiental.
Apesar da necessidade das obras de macrodrenagem, em especial das baixadas de Jacarepaguá, os moradores questionam a necessidade de retirada da vegetação ciliar. Supõe-se que a vegetação tenha sido retirada para promover o alargamento e retificação do rio.
Entende-se que os rios precisam de limpeza, desassoreamento e fiscalização do lançamento clandestino de esgotos. Entretanto, como a área é de declive acentuado, a retificação e a canalização irão provocar uma aceleração na velocidade das águas. A perda da vegetação ciliar, além de modificar a paisagem, interfere nos aspectos climáticos e nos índices de absorção e amortecimento das águas das chuvas.
Entretanto, com sua forma curva o rio tem a sua finalidade no sistema hídrico natural, e a vegetação que o margeia também presta grande serviço ao mesmo. Não é a toa que os rios são curvos, com leitos porosos e com vegetação em suas margens. A natureza é sábia! Estes são aspectos importantíssimos para aumentar a sua capacidade de absorção e limpeza das águas pluviais. Suas características contribuem para reduzir a velocidade com que essas águas chegam ao mar, nesse caso específico, à lagoa de Camorim, que se localiza em uma baixada! Ao longo do seu percurso curvo e rugoso, suas águas perdem velocidade, ao contrário do que acontece quando o homem o retifica e retira seus obstáculos naturais.
A Freguesia de Jacarepaguá é um bairro do Rio de Janeiro que funciona como receptor das águas, reunindo vários rios nascidos na serra dos Três Rios, oriundos do lado oeste do maciço e da Floresta da Tijuca. Após atravessarem o bairro, e receberem as águas do córrego da Panela e dos rios São Francisco e Anil, desaguam na Lagoa de Camorim, que após se juntar às Lagoas de Jacarepaguá e da Barra da Tijuca na Baixada de Jacarepaguá, para depois seguirem até o mar, nas imediações da Barra da Tijuca.
É bem verdade que com a urbanização das cidades, com a pressão imobiliária e sanitária que os meios naturais vêm sofrendo ao longo do último século, os recursos naturais foram sendo degradados. Vegetações foram substituídas por concreto e asfalto, rios adaptados com soluções de engenharia, ora sendo canalizados, aterrados, e relegados a depósitos de dejetos humanos.
Nos últimos tempos, fomos testemunhas das alterações climáticas. O Brasil, nesta estação, vem sofrendo com a seca e períodos de baixíssima umidade, com índices históricos surpreendentes. Qual a relação disso com o corte de árvores? Com o aumento da urbanização e impermeabilização do solo? Com a redução das superfícies molhadas? Será que podemos nos dar ao luxo de extinguirmos vegetação e árvores saudáveis?
A infraestrutura cinza do concreto, que vem sendo utilizada pelo homem há décadas, sem considerar os recursos naturais, impermeabiliza as superfícies, aumenta a velocidade das águas, agrava o problema dos transbordamentos e dos alagamentos urbanos.
As ruas, das grandes cidades brasileiras, em períodos de chuvas “atípicas”, vêm se transformando em rios urbanos, devido à baixa permeabilidade do solo nas cidades, das baixadas, devido aos aterros de lagoas e áreas alagáveis e à canalização dos rios. Os eventos de alagamentos urbanos tornam-se cada vez mais frequentes, principalmente em tempos de mudanças climáticas!
A infraestrutura verde-azul, ao contrário da cinza, prima pela renaturalização dos ambientes naturais urbanos, procurando mimetizá-los aos sistemas naturais a fim de proporcionar serviços ecossistêmicos essenciais para a sustentabilidade urbana.
Se o Rio de Janeiro pretende ser uma cidade sustentável, como determina o novo Plano Diretor da cidade, Lei Complementar 111/2011, deveria buscar o Estado da Arte em tecnologias mais sustentáveis, principalmente quando pretende sediar a Rio + 20, no próximo ano.
Em Los Angeles, por exemplo, a revitalização do rio ganhou uma conotação diferente: a vegetação é valorizada e cria mecanismos para integração dos espaços verdes e hidrográficos com os espaços de socialização urbana. Além de serem utilizada como elemento paisagístico, as plantas e pedriscos também são usados como recurso de desaceleração e de limpeza das águas.
Os serviços de macrodrenagem que vêm sendo realizados nas baixadas da Barra da Tijuca, de Jacarepaguá e da Área de Planejamento - AP-5, que estão sendo fortemente impactadas pela pressão imobiliária, precisam prever serviços ambientais a altura dos bens ambientais que ainda sobrevivem, nessas áreas da cidade.
A Prefeitura precisa exercer o seu poder de regulação e de protagonista na introdução de novos serviços ambientais para a população. Ir além da construção sustentável para também implementar serviços e urbanismo ambientalmente sustentáveis. Desempenhar o papel de educador ambiental para que a população deixe de transformá-los em passivos receptores de refugos humanos e passe a valorizar os seus ativos ecossistêmicos, integrando-os ao patrimônio público natural do Rio de Janeiro que é Lindo por Natureza!
notas
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município do Rio de Janeiro Lei Complementar 111/2011. Disponível em: <http://www.camara.rj.gov.br/controle.php?m1=legislacao&m2=leg_municipal&m3=leicomp&url=http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/contlei.nsf/LeiCompInt?OpenForm> Acesso em 11 set 2011.
Revitalize the river – Los Angeles river revitalization – Master Plan. Disponível em: <http://www.lariverrmp.org/CommunityOutreach/pdf/05Chapter4-RevitalizetheRiver42407.pdf>. Acesso em 11 set 2011.
HERZOG, C.P. e ROSA, L.Z. Infraestrutura verde: sustentabilidade e resiliência para a Paisagem urbana. Disponível em: <http://www.usp.br/fau/depprojeto/revistalabverde/artigos/ed01_art05_cecilia_herzog.pdf >. Acesso em 11 set 2011.
Bairro da Freguesia, Rios. Disponível em: <http://portalgeo.rio.rj.gov.br/armazenzinho/web/BairrosCariocas/main_bairro.asp?area=120>. Acesso em 11 set 2011.
Obras contra enchentes começam em Jacarepaguá, Jornal do Brasil, 2011. Disponível em: <http://www.jb.com.br/rio/noticias/2011/02/16/obras-contra-enchentes-comecam-em-jacarepagua/>. Acesso em 11 set 2011.
sobre a autora
Gisela Verri de Santana é Arquiteta Urbanista, Mestre em Desenvolvimento Urbano e Regional, Doutora em Psicologia Social. Foi colaboradora da Inverde – Instituto de Pesquisas em Infraestrutura Verde e Ecologia Urbana. Compôs o Grupo Consultivo do Projeto de Compras e Construções Públicas Sustentáveis, para elaboração dos Cadernos Virtuais da Publicação Teorias e Práticas em Construções e Compras Públicas Sustentáveis, desenvolvido pela Secretaria do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro em parceria com o ICLEI. Atualmente é assessora técnica da Vereadora do Rio de Janeiro, Sonia Rabello.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Como morrem as casas.


O Professor Ab
O Professor Ab'Sáber.*
Crédito: http://www.revistaau.com.br.



O pai de Aziz era homem de poucas letras brasileiras. Mas esse libanês maronita entendia o idioma do bom negócio. Quando a economia de São Luiz do Paraitinga começou a ruir por causa da Central do Brasil – ferrovia que tirou a cidade do eixo da exportação de café –, seu Nacibinho levantou a barra da sua lojinha e foi-se embora com a família para Caçapava. Aziz tinha apenas 5 anos. Oito décadas depois, sua memória de São Luiz é viva o suficiente para que lamente todo o patrimônio histórico levado pela inundação e para que aponte nesta entrevista, colhida em interurbanos intermitentes para Ubatuba, os motivos "fisiológicos" que teriam levado a cidade do Vale do Paraíba a sucumbir sob as águas. Um deles é a periodicidade de uma crise climática anômala. Dependendo da região, de 12 em 12 anos, de 13 em 13 ou de 26 em 26, o mundo desaba. E os homens e as moradias sofrem com as chuvas, ainda mais se decidem ocupar o que não pode ser ocupado.
As escorregadelas políticas também cá estão. Aziz não é de poupar burrices administrativas, especialmente na área ambiental. Critica todas as camadas do governo – do federal, com quem se desentendeu logo no início do mandato do presidente Lula, ao municipal, com seus "prefeitos incautos". Só o enchem de esperança os jovens, mas aqueles que frequentam as boas universidades brasileiras, para quem este eterno mestre da Geografia escreve o terceiro volume de suas Leituras Indispensáveis.
*
São Luiz do Paraitinga perdeu ¼ dos imóveis tombados. Foi um dos maiores desastres culturais do País. Como o senhor reagiu a isso ?
É compreensível que, tendo nascido lá, eu sinta uma tristeza imensa com essa destruição. Houve, no passado, uma tragédia semelhante. Quando eu era menino, com 4, 5 anos, meus parentes comentavam: "A cidade foi inundada até a beira do mercadão". A casa dos meus pais ficava numa esquina em frente do mercado e o fundo dela era o rio, que volteava tudo. Mas, na época, São Luiz tinha um crescimento populacional mais razoável. Lembro que a margem de ataque do rio, à beira d'água, era uma estradinha tangenciando o morro para poder chegar ao caminho de Ubatuba. Andei muito do outro lado do rio, onde ia coletar pitangas gostosas na borda da mata. Hoje, além das pousadas, há os eucaliptais, que são uma presença extremamente perigosa no entorno de São Luiz. Os eucaliptólogos descobriram os morros da cidade, plantaram num nível de até 15, 20 quilômetros de São Luiz para oeste. Isso mudou todo o esquema.
São Luiz do Paraitinga: antes...
Crédito: cacobeto in http://www.skyscrapercity.com.
São Luiz do Paraitinga: antes...
Crédito: cacobeto in http://www.skyscrapercity.com.


... e depois.
Crédito: Sérgio Neves / AE.
... e depois.Crédito: Sérgio Neves / AE.

Como assim ?
Os eucaliptos oferecem vantagens econômicas para os donos de empresas, mas, com eles, há o sugamento da água subterrânea. Na estrada de Tamoios, próximo da represa do Paraibuna, a formação de bosques de eucaliptos é ainda maior. Os eucaliptólogos se reúnem sempre lá para fazer seus projetos. Ocorre que os prefeitos são incautos. Dando um pouco mais de impostos e de dinheiro para a prefeitura, eles deixam acontecer.
São Luiz do Paraitinga: ocupação desordenada e reflorestamento feito por
São Luiz do Paraitinga: ocupação desordenada e reflorestamento feito por 'eucaliptólogos'.
Crédito: Rui Magrini in http://www.panoramio.com.

Que características tem a cidade para já ter sofrido inundação no passado ?
Toda aquela região da Praça da Matriz, que é a região da Rua das Tropas e a região do mercado, tudo aquilo é envolvido por um meandro. Meandro é uma volta do rio às vezes muito alongada, às vezes mais estreita. Todo meandro tem um lóbulo interno, a várzea. Do outro lado, sobretudo em áreas de morros, ficam os declives. Bom, tudo isso se modificou muito. Antigamente, o povo chamava o período de maior cheia do rio, embora não catastrófica, de tromba d’água. As duas expressões mais bonitas de São Luiz eram 'rio acima' e 'rio abaixo'. Vinham de rio acima grandes aguadas, mas elas raramente subiam até o lóbulo e, portanto, até a praça. Desta vez, as grandes chuvas desceram os patamares de morros e chegaram aos terraços. Houve deslizamentos de blocos de terra, árvores, pedaços de rocha. Foi uma tragédia total.
Praça central de São Luiz do Paraitinga, com a Igreja Matriz de São Luiz de Tolosa.
Crédito: Heitor Carvalho Jorge in http://pt.wikipedia.org.
Praça central de São Luiz do Paraitinga, com a Igreja Matriz de São Luiz de Tolosa.Crédito: Heitor Carvalho Jorge in http://pt.wikipedia.org.

Técnicos atribuem a desgraça também ao excesso de chuvas. Está mesmo caindo mais água do céu ?
Este é um período anômalo, de grandes interferências na climatologia da América do Sul, provocadas por um aquecimento relacionado ao El Niño. Primeiro foi no nordeste de Santa Catarina, depois no Rio e no Espírito Santo, depois em São Paulo, depois em Minas, depois no sul de Mato Grosso. A coisa foi se ampliando por espaços do tropical atlântico e por outras áreas do planalto brasileiro. Na época da enchente catarinense, fiz uma listagem da periodicidade climática de exemplos bastante prejudiciais para cidades e campos. Esse trabalho está publicado na revista do Instituto de Estudos Avançados, de dezembro, e mostra que, de 12 em 12, ou de 13 em 13, ou de 26 em 26 anos, desde 1924 até dezembro de 2008, e dependendo do lugar, houve essa periodicidade. Cheguei à conclusão de que é preciso muito cuidado nos próximos 12 anos em Blumenau e fazer obras de retenção na área de extravasamento do rio no sítio urbano. Caso contrário, quando esse ciclo atormentado da climatologia se repetir, será reanunciada a desgraça.
Rio Paraitinga, da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
Crédito: Marcelo Parise Petaz in http://www.panoramio.com.
Rio Paraitinga, da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
Crédito: Marcelo Parise Petaz in http://www.panoramio.com.

Mas o senhor previu que Paraitinga também poderia sucumbir ?
Quando passei a visitar de novo o município, para conhecer melhor minha terrinha, não senti a possibilidade de invasão de águas no lóbulo interno pegando a Praça da Matriz. Não senti. Não achei que isso ia acontecer. Tanto que insisti muito em trazer a biblioteca de ciências, que estava na ex-casa de Osvaldo Cruz, para um lugar mais baixo e frequentado por crianças. A Praça da Matriz seria o lugar ideal. Transpuseram os livros, montaram uma bibliotecazinha ali. Os empresários, aliás, em vez de se preocupar com a cidade, resolveram fazer uma dádiva apenas para mostrar colaboração. Criaram a biblioteca infantil e mandaram comprar livros que não tinham nada de relação com a educação infantil. Eu fiquei furioso com isso. Continuei levando muitos livros para lá, auxiliado por uma pessoa que fez história na USP. Foi a minha tarefa. Mas a gente não sabia que ia chegar o dia dos 13 em 13 e dos 26 em 26. Passei a me preocupar com isso depois que estudei o quadro na região de Blumenau. Já estava escrito.
O que restou da Igreja Matriz de São Luiz do Paraitinga.
Crédito: http://colunistas.ig.com.br.
O que restou da Igreja Matriz de São Luiz do Paraitinga.Crédito: http://colunistas.ig.com.br.

Também já estavam escritas as mortes em Angra ?
Lá foi invasão em áreas de risco, pousadas sucessivas nas encostas. Morro é sempre complicado. Como os prefeitos deixam isso acontecer sabendo que embaixo dos morros tropicais tem solo vermelho fofo, de forma que casas bem construídas ou mal construídas podem, durante esses ciclos de climatologia anômala, descer pelas encostas, matar as pessoas, derruir as cidades ? O principal derruimento, minha filha, é a ignorância das pessoas. Ao saber que o governo do Estado do Rio havia liberado áreas de risco e de proteção ambiental para a expansão das cidades, fiquei desesperado. É preciso ter menos ignorância, mais planejadores, mais equipes interdisciplinares capazes de observar o sítio urbano, a região do rio acima, a região do morro, a do lóbulo interno dos meandros. A moça que trabalha aqui comigo em Ubatuba me dizia que, por morar em bairro afastado, não tem escola para os filhos. Começa por não ter escola, começa por não conhecer a história da cidade, tampouco o clima da região.
Que história se perdeu sob as águas do Rio Paraitinga ?
A história de uma cidade que enriqueceu durante o ciclo do café e decaiu com a estrada de ferro. Durante o ciclo, a única maneira de exportar o café era saindo de Taubaté e passando pela região onde hoje está São Luiz. Ali se formou uma rua alongada, com as casas à direita e à esquerda, a Rua das Tropas. Pois bem, algumas pessoas dos arredores de São Luiz também tiveram ali fazendas de café. Houve uma época, inclusive, em que empreendedores de origem francesa tentaram fazer uma indústria de tecidos no caminho que vai de São Luiz a Ubatuba, por isso muitos nomes da cidade têm origem híbrida, portuguesa e francesa. Mas foi um investimento fracassado.
A destruição foi quase total.
Crédito: http://ultimosegundo.ig.com.br.
A destruição foi quase total.Crédito: http://ultimosegundo.ig.com.br.

E como surgiram os casarões ?
Os fazendeiros de café ficaram tão encantados com a exportação do produto pela estrada que tiveram, a partir de 1850, a ideia de construir casarões para morar na cidade. E toda roça é muito triste à noite, sobretudo aquelas com riachos cortando os morros. Enquanto na roça permaneceram os capatazes, na cidade os fazendeiros receberam imigrantes de várias partes, especialmente de Portugal, que tinham tradição e capacidade de construir casarões de pau a pique e taipa. Não é uma coisa que resista a todos os tempos, sobretudo quando há enchentes dramáticas. Bom, filha, essas pessoas receberam uma tragédia socioeconômica em torno de 1900, quando se estabeleceu a Estrada de Ferro Central do Brasil. Todo o café, do vale inteiro, passou a sair pela estrada por Taubaté, São José dos Campos e Lorena em direção ao Brás e, de lá, pela Estrada Santos-Jundiaí. Mudou-se o eixo da exportação. O problema era sério e grave. Algumas famílias de fazendeiros foram fenecendo. Pessoas de Minas Gerais, que sabiam guardar seu dinheirinho, vieram para São Luiz e compraram terras para fazer o que sabiam fazer: criar gado leiteiro. Disso viveram por muitos anos. Quanto aos casarões, muitos foram transformados em hotéis.
Casarões do Centro histórico.
Crédito: cacobeto in http://www.skyscrapercity.com.
Casarões do Centro histórico.
Crédito: cacobeto in http://www.skyscrapercity.com.

O senhor acredita que Paraitinga voltará a ser polo turístico ?
A USP, universidade em que nasci como pessoa cultural, vai fazer um grupo de trabalho para compreender a cidade em todos os níveis. Disseram que queriam colocar o meu nome em primeiro lugar na equipe. Pedi que não me constrangessem. Eu já estou muito constrangido com mil coisas, estou desesperado com os péssimos políticos que o Brasil tem.
O senhor disse certa vez que o governo não tinha noção de escala. Continua achando o mesmo ?
Em projetos médios e maiores, continua sem noção. E quem não tem essa noção dirige mal o seu país. No caso do Presidente da República, sempre insisti com ele: "Você, que sabe fazer discurso, fale nas suas prédicas que vai pensar no nacional, no regional e no setorial". O nacional é a Constituição, são as reformas especiais que precisam acontecer de tempos em tempos. Regional é o conhecimento do Brasil como um todo: as terras baixas da Amazônia, os afluentes do Amazonas, o Golfão Marajoara, as colinas recobertas por caatingas entre as chapadas do Nordeste, entrando um pouquinho pelo Piauí e muito pelo Rio Grande do Norte, com raros solos vermelhos, bons quando a topografia é suave. Esses locais foram muito úteis para o Ceará, mais úteis que alguns políticos que existem lá. O setorial pressupõe pensar em educação, saúde pública, transportes, comunicação livre, setor socioeconômico e setor sociocultural.
São Luiz do Paraitinga, antes da tragédia.
Crédito: Google Earth.
São Luiz do Paraitinga, antes da tragédia.
Crédito: Google Earth.

Há quem atribua essas tormentas climáticas dos últimos meses ao aquecimento global. Há alguma verdade nisso ?
Isso é bobagem. O ciclo deste ano é um ciclo periódico complicado. Essas pessoas que falam em aquecimento global erraram tanto até hoje... Diziam, por exemplo, que o aquecimento iria derruir a mata amazônica. Outro publicou num jornal de São Paulo que, por causa do aquecimento global, a mata atlântica, de Santa Catarina até o Rio Grande do Sul, seria destruída. Ele não sabia que essa mata só está na costa. Agora, é verdade que, somando os aquecimentos das áreas industriais e das áreas urbanas, dá um aquecimento contínuo. Daí em Copenhague terem defendido o combate a ele.
Centro histórico após a enxurrada.
Crédito: http://ultimosegundo.ig.com.br.
Centro histórico após a enxurrada.
Crédito: http://ultimosegundo.ig.com.br.

O senhor achava que a COP-15 teria outro desfecho ?
Eu sabia que seria um insucesso. Quero um bem imenso à Dinamarca, tenho razões culturais para isso, mas note bem: quando vi que o Lula ia indicar um grande número de pessoas, foram mais de 740, eu disse: como é que em Copenhague, cidade relativamente pequena, tradicional, como é que vai haver uma reunião em que mais de 740 pessoas possam fazer debates ? Ia dar numa coisa zero.
Ruas enfeitadas para o Carnaval de 2009.
Crédito: Marcelo Parise Petaz in http://www.panoramio.com.
Ruas enfeitadas para o Carnaval de 2009.
Crédito: Marcelo Parise Petaz in http://www.panoramio.com.

Foi um insucesso por causa da grande comitiva brasileira ?
Foi por causa de tudo, mas o Brasil viajou para lá exuberante. Levaram a Dilma. A Dilma nunca entendeu de meio ambiente. Não tem culpa. Ela tem outro passado, daí ter sido colocada inicialmente no Ministério de Minas e Energia.
A subida das águas. 
Crédito: http://ultimosegundo.ig.com.br.
A subida das águas.
Crédito: http://ultimosegundo.ig.com.br.

E o que o senhor acha de Marina Silva como candidata, ela que sempre esteve ligada à preservação ambiental ?
Ela não conhece o Brasil. É uma mulher do Acre, uma pessoa que acredita no criacionismo. Ela é ela, e acabou. Tudo o que sabe é que existiram aquelas fantásticas atitudes de Chico Mendes.
Quem entende de meio ambiente no governo, professor ?
No governo, apenas os técnicos mais jovens do IBAMA, com o auxílio de promotores públicos também jovens, saídos das boas universidades brasileiras. São eles que me dão entusiasmo, são eles que me dão esperança. Mas o IBAMA está gradeado pelo governo federal, o que é um absurdo. Isso vai redundar, no futuro, em muita coisa contra a biografia de todos eles, sejam governantes federais, estaduais ou municipais. Digo e repito: nós, no Brasil, precisamos aprender a contestar os idiotas.

Nós também, e torcemos por vocês... contra os idiotas !
Crédito: cacobeto in
http://www.skyscrapercity.com.

Entrevista concedida a Mônica Manir e publicada originalmente no suplemento Aliás de O Estado de São Paulo edição de 9 de janeiro de 2010. Disponível online em www.estadao.com.br/noticias/suplementos,como-morreram-as-casas,493106,0.htm.
*Aziz Nacib Ab'Saber (São Luís do Paraitinga, 24 de outubro de 1924) é geógrafo e professor universitário brasileiro, considerado referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e impactos ambientais decorrentes das atividades humanas. Cientista polivalente, laureado com as mais altas honrarias da ciência em arqueologia, geologia e ecologia - Membro Honorário da Sociedade de Arqueologia Brasileira, Grão Cruz em Ciências da Terra pela Ordem Nacional do Mérito Científico, Prêmio Internacional de Ecologia de 1998 e Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente - é Professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, professor honorário do Instituto de Estudos Avançados da mesma universidade e ex-presidente e atual Presidente de Honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Embora tenha se aposentado compulsoriamente no final do século XX, ainda se mantém em atividade.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Biblioteca Digital Mundial - Rio Tietê.

Para os pesquisadores - Trata-se de um site apoiado pela ONU, onde pode-se encontrar antigos documentos e publicações.

Descrição

  • Este mapa mostra o rio Tietê, que corre por 1.100 km através do estado brasileiro de São Paulo, na região sudeste, antes de juntar-se ao rio Paraná, o segundo rio mais extenso da América do Sul. Embora a nascente do rio esteja localizada perto do mar, a topografia da região força o rio a fluir para o interior do continente. A maior cidade do Brasil, São Paulo, cresceu ao longo das margens do Tietê.
Crédito: Biblioteca Digital Mundial.

    Data de Criação

    • 1700 d.C. e 1799 d.C.

    quarta-feira, 5 de outubro de 2011

    USO DA METODOLOGIA EMERGETICA NA ANALISE DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO E CONSUMO

    Enrique Ortega  e Miguel Juan Bacic.
    Faculdade de Engenharia de Alimentos, 2 Instituto de Economia Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil

    Após décadas de estudos sobre o funcionamento dos ecossistemas e da biosfera, H. T. Odum esquematizou uma metodologia para calcular o valor biofísico dos recursos da natureza e, também, dos produtos da atividade humana. A metodologia emergética propõe o uso da emergia (energia solar equivalente) para medir o valor biosférico dos recursos da biosfera Terra, entre eles: os fluxos externos, os estoques geológicos e biológicos, os materiais dos ciclos biogeoquímicos naturais e daqueles afetados pela intervenção humana. De acordo com Odum, o valor econômico e o valor biofísico geralmente não coincidem, pois o preço no mercado omite e não considera devidamente os fatores de produção. O presente trabalho aborda a análise sistêmica dos processos ecológico-econômicos usando a metodologia emergética e discute sua utilidade potencial na formulação de políticas públicas.

    quarta-feira, 21 de setembro de 2011

    O Código Florestal e a ciência!

    Nesta publicação, são apresentados os resultados dos estudos realizados por um grupo de trabalho, instituído pela SBPC e Academia Brasileira de Ciências (ABC) em junho de 2010, que analisou as questões relativas ao Código Florestal brasileiro à luz do conhecimento científico e tecnológico. De carater interdisciplar, os estudos fornecem dados e argumentos técnico-científicos para subsidiar as discussões em torno de mudanças no Código Florestal propostas no substitutivo ao Projeto de Lei nº 1.876/99.

    SILVA, J.A.A.;; NOBRE, A.D.;; MANZATTO, C.V.;; JOLY, C.A.;; RODRIGUES, R.R.;;
    SKORUPA, L.A.;; NOBRE, C.A.;; AHRENS, S.;; MAY, P.H.;; SÁ, T.D.A. ;; CUNHA, M.C.;;
    RECH FILHO, E.L.

    terça-feira, 20 de setembro de 2011

    Ensinando arquitetura em São Paulo

    A viagem de estudo à cidade de São Paulo como momento importante para a formação do arquiteto e sua relação com o encaminhamento curricular do discente é o tema em questão...Juliano Carlos C. B.Oliveira.

    Vista do centro da cidade a partir da cobertura do IAB-SP. Julho de 2011
    Foto Juliano Carlos Cecílio Batista Oliveira

    terça-feira, 13 de setembro de 2011

    Dinâmica imobiliária nos espaços urbanos dispersos no século XXI.

    Apropriação do ideal comunitário das vilas antigas na construção das vilas muradas contemporâneas em Campinas-SP

    José Luiz Rogé Ferreira Grieco e Ivone Salgado

    Através de estudo de casos no município de Campinas, este artigo analisa uma nova tipologia habitacional que propõe a padronização arquitetônica e a otimização do espaço nas áreas de dispersão dos grandes centros urbanos.

     
    Introdução
    O artigo analisa uma nova tipologia habitacional presente na produção imobiliária nas cidades brasileiras, com estudo de caso na cidade de Campinas – SP. O que distingue esta nova forma de produção da moradia, ou esta variação de formas antigas, é a proposta de padronização arquitetônica e de otimização do espaço nas áreas de dispersão dos grandes centros urbanos.
    Na apresentação deste estudo de caso procuraremos destacar os seus aspectos básicos constitutivos e, especialmente, como este tipo de produção imobiliária faz referência a algumas características das vilas antigas implantadas na cidade de Campinas, nas décadas de 1930 e 1940. O artigo procura comparar os aspectos de implantação dos projetos, aspectos construtivos, a forma de produção e os agentes envolvidos na implantação destes conjuntos habitacionais, assim como recurso à idéia de vida em comunidade presente no marketing imobiliário das vilas contemporâneas.

    como citar
    GRIECO, José Luiz Rogé Ferreira; SALGADO, Ivone . Dinâmica imobiliária nos espaços urbanos dispersos no século XXI. Apropriação do ideal comunitário das vilas antigas na construção das vilas muradas contemporâneas em Campinas-SP. Arquitextos, São Paulo, 12.135, Vitruvius, jul 2011 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.135/4003>.

    Rodoanel ficará mais perto da Cantareira

    Pela quinta vez desde seu primeiro projeto, o Trecho Norte do Rodoanel foi modificado pelo governo do Estado de São Paulo. O novo traçado preserva o bairro da Vila União, em Guarulhos, que seria cortado pelo Rodoanel, mas aproxima o anel viário ainda mais da Serra da Cantareira. A mudança, segundo a Dersa, "não compromete o impacto ambiental" do anel viário nem vai encarecer o valor da obra, estimada hoje em R$ 6,1 bilhões (já 22% mais cara do que os R$ 5 bilhões previstos inicialmente). O Trecho Norte atravessará a Serra da Cantareira, passando pela zona norte de São Paulo, Arujá e Guarulhos. "Essa alteração poupa um bairro, mas com o trecho mais próximo da Cantareira, o impacto na fauna e na flora certamente será maior", disse o ambientalista Carlos Bocuhy - OESP, 3/9, Metrópole, p.C4.

    Professor cria cálculo contra a enchente

    O sistema criado pelo oceanógrafo João Luiz de Carvalho com base no monitoramento dos rios permitiu a retirada das famílias antes da cheia em Santa Catarina. Ele é o representante da Universidade do Vale do Itajaí no Conselho de Defesa Civil, criado depois das enchentes de 2008. É ele quem interpreta os dados de um sistema de telemetria que mede as águas dos rios em oito estações de Itajaí. Foi com base nas previsões de Carvalho e sua equipe que o Conselho de Defesa Civil acionou a operação que retiraria as famílias de suas casas antes de as ruas encherem - OESP, 12/9, Cidades, p.C4.

    quinta-feira, 8 de setembro de 2011

    Smithsonian lança versão 2.0 da Enciclopédia da Vida!

    A versão 2.0 da Enciclopédia da Vida foi publicada ontem na internet, com 700 mil páginas de informações. Patrocinado pelo Instituto Smithsonian, o projeto conta com a participação de 176 centros científicos de todo o mundo. É uma espécie de Wikipédia da natureza, mas controlada por especialistas. O endereço é www.eol.org. "O site deverá chegar a 1,9 milhão de links - um para cada espécie conhecida pela ciência", afirmou Erick Mata, diretor executivo. De maneira colaborativa e em tempo real, os usuários podem compartilhar coleções pessoais de fotos, informações, vídeos e sons, além de comentários, perguntas e estudos. Uma equipe de cientistas examina a informação inserida no site, colocando nela um selo de qualidade quando confirmam que os dados estão corretos. As informações que não foram revistas também aparecem na página, mas sem o selo - OESP, 6/9, Vida, p.A15. http://www.eol.org/

    sábado, 3 de setembro de 2011

    Bumba-meu-boi do Maranhão.

    Bumba-meu-boi do Maranhão: Conselho Consultivo avalia registro como patrimônio cultural...http://www.vitruvius.com.br/jornal/news/read/989

    Espaço público.

    Como dinamizar um espaço público semmuros. Aprendendo com Jutta Mason, ganhadora do Prêmio Jane Jacobs 2001 / Maria da Silveira Lobo

    Urbanismo insurgente

    El articulo de Edwin R. Quiles presenta escenas de la lucha por una comunidad urbana contra la eliminación y el desalojo, donde las personas utilizaron el arte creativamente como medio para comunicar y consolidar su espacio comunitario.

    Edwin R. Quiles Rodríguez.

    Direito à cidade e ao ambiente na metrópole contemporânea: o projeto “Cantinho do Céu” na represa Billings, São Paulo.

    Intervenções em áreas protegidas devem garantir odireito à cidade e ao ambiente, recuperando as preexistências e preservando osatributos ambientais. O projeto para o Cantinho do Céu, localizado na represa Billings, São Paulo, é importante referência...
    Angélica A. T. B. Alvim

    Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, Brasil: o caso da marina – parte 1

    Impacto do projeto de revitalização da marina da Glóriapara o Parque do Flamengo e para o panorama da Baía de Guanabara e Pão deAçúcar.

    Claudia Girão

    Exploração de petróleo leva riscos a Abrolhos.

    Sem lei para evitar que a indústria petrolífera se aproxime perigosamente da reserva de Abrolhos, no litoral da Bahia, o Brasil tem hoje 13 blocos de extração de óleo localizados tão próximos do santuário de 9 mil baleias-jubarte que, em caso de acidente, não há segurança ambiental mínima para evitar um desastre ecológico. Com base em acidentes já registrados e políticas adotadas em outros países, pesquisadores dizem que a exploração de petróleo não deveria acontecer em um polígono de 92 mil km2 ao redor do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, o local de maior biodiversidade do Atlântico Sul. Essa é a área que, pelas características das correntes e a riqueza da flora e fauna da região oceânica, funcionaria como uma rede de proteção contra eventuais acidentes. O derramamento de óleo no Golfo do México, no ano passado, afetou 229 mil km2 - OESP, 2/9, Vida, p.A15.